domingo, 28 de setembro de 2014

A flor


Somos o milagre
seres delicados
a um olhar
da mãe.

Linda
e tão forte
que fragmenta
o seu peito
do sul
ao norte.

Pulsa
natureza ímpar
e perfeita
do seu amor
além da dor.

Equilibra
em toda nação
sua sabedoria
compartilhada
na canção.

Mão que balança
esse berço esplêndido
e gigante
feito também
de natureza
errante.

Há em toda flor
nesse paraíso
o perfume
do seu abraço
preciso.

Supera
e infinita
todo o tempo
e vácuo do vento.

Vislumbra
das nuvens
todo o arder
de um fogo
alimentado.

Pulsa a inspiração
e toda poesia
ainda a escrever
sem hipocrisias
lado a lado.

Canta
e encanta
em tons de mulher
sua docilidade
também
nos espinhos.

Essa mãe suprema
sempre a afagar
seus filhos
em extremo
carinho.

Oficio
de também
morder a maçã
e sentir o veneno
que não é vã.

Cura e sonha
através da fortaleza
e depura na fé
acesa
leite branco e forte
deLírios.

Sua presença de paz
é círio
que movimenta
toda ciência
no fazer do pão
sem martírio.

Ave
de asas de primavera
canta o afagar de semente
presente na nova era.

Verso
de pausas e ritmos
dentro do habito
da educação
no verbo mãe.
- Iatamyra Rocha

"Apenas um raio de sol é suficiente para afastar várias sombras."
- São Francisco de Assis

 


segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Metafísica

Passo as horas
nessa linha
corpo e mente
além do corpo.

Caixa craniana
bem acima
do topo.

Ares que toda
poesia é toque
encontro
de cercas e asas.

Voos de nuvens
em busca do mar
e um simples
sopro de ar
desanuvia toda casa.

Levezas
no corpo
e no espelho
revelam
à direita e a esquerda
de dentro.

E o infinito
do pouco
tempo.

Sombras
se curvam
e corvos
se abraçam.

É a palavra
remoendo
os sentidos
lavando
os feridos.

De uma guerra
nobre e pobre
sem raça.

Todo sangue
sabe sua veia
e o azul
que cobre
o metal.

Ando
nessa terra
de pés
afundados
e cascos
sem espumas.

As velas
estão soltas
e de trevas
também
são feitas
as plumas.

A morte
é um bem
que afirma
a vida
que se têm.

E todo inferno
é só detalhe
das horas
que se veem.

Odisseias
e Dante
sabem o céu
e sobem
todo verso
de cordel.

É sal
a carne putrefata
o mesmo
que faz as ondas
cantarem.

O lírio
toma todo chá
e é delírio
quem não sente
a flor.

Os espinhos
furam-me
o cérebro
e o perfume
é minha inteira
taça.
- Iatamyra Rocha

"E porque necessita de alturas, necessita de degraus e de contradição entre os degraus e entre aqueles que sobem! Subir é o que quer a vida e, ao subir, supera-se..(..)"
- Nietzsche - Assim falou Zaratustra